O cinema neorrealista italiano caracterizou-se pelo uso de elementos da realidade numa peça de ficção, aproximando-se até certo ponto, em algumas cenas, das características de um documentário. Ao contrário do cinema tradicional de ficção, o neorrealismo buscou representar a realidade social e econômica de uma época.
Podemos citar algumas heranças deixadas para o cinema, como a origem do cinema moderno, que influencia na insurreição dos cinemas nacionais contra a produção cinematográfica hollywoodiana (cinema novo brasileiro e cinema iraniano, por exemplo). Cineastas italianos como Fellini, Antonioni e Scola adaptaram aspectos neorrealistas para o contexto social de sua época.
Abaixo você confere alguns filmes que usam da referência neorrealista para a construção de sua narrativa:
"Em nome do pai" - Jim Sheridan (1994)
Na década de 70, um atentando do IRA mata cinco pessoas num pub de Guilford, cidade próxima à Londres. Gerry Conlon (Daniel Day-Lewis) é um jovem rebelde irlandês que acaba sendo injustamente acusado pelo crime e é condenado à prisão perpétua junto com três outros amigos. Giuseppe Conlon (Pete Postlethwaite), seu pai, tenta ajudá-lo, mas é condenado também. Enquanto Gerry tem que lutar contra a injustiça de estar preso, ele consegue a ajuda da advogada Gareth Peirce (Emma Thompson), que passa a investigar as irregularidades do caso. O filme mostra a fragilidade social e política de uma sociedade exposta à conflitos que se estendem até os dias atuais. Ao mostrar os conflitos entre a classe operária irlandesa e o exército de ocupação inglês, o diretor retrata cruamente seus personagens, utilizando-se de atores e figurante em amplos espaços nas batalhas de rua.
"A Vida é Bela" - Roberto Benigni (1997)
Na Itália dos anos 40, Guido (Roberto Beigni) é levado para um campo de concentração nazista e tem que usar sua imaginação para fazer seu pequeno filho acreditar que estão participando de uma grande brincadeira, com o intuito de protegê-lo do terror e da violência que os cercam.
"Topsy-Turvy" - Mike Leigh - 1999
William Schwenck Gilbert (Jim Broadbent) escreve as letras, enquanto que Arthur Sullivan (Allan Corduner) escreve as canções. Durante anos, a dupla Gilbert-Sullivan foi sinônimo de originalidade e sucesso nos palcos de ópera ingleses. Mas, em 1884, o mais recente trabalho de ambos, "Princess Ida", receve apenas críticas mornas. Sullivan então rejeita a próxima ideia de Gilbert e a parceria entra em crise. Até que a esposa de Gilbert, Lucy (Lesley Manville), o leva a uma nova exposição japonesa, que o apresenta a uma cultura diferente e o inspita a embarcar numa nova produção, chamada 'The Mikado"
"Dançando no Escuro" - Lars Von Trier (2000)
Selma Jezkova (Björk) é uma mãe solteira portadora de uma doença hereditária na visão. Tentando impedir que seu filho fique cego como ela está ficando, Selma trabalha o máximo que pode para economizar e pagar sua operação. Só que quando um vizinho amigo passa por problemas financeiros e a rouba, têm-se início uma série de trágicos acontecimentos que mudarão para sempre os rumos de sua vida.
"O Segredo de Vera Drake" - Mike Leigh (2004)
Utilizando de cenas improvisadas e sem roteiro (o diretor o escreveu apenas para poder concorrer ao Oscar), o filme se passa na Londres de 1950. Vera Drake (Imelda Staunton) mora com seu marido Stan (Phillip Davis) e seus filhos já crescidos, Sid (Daniel Mays) e Ethei (Alex Kelly). Eles não são ricos, mas formam uma família feliz e unida. Vera trabalha como faxineira e Stan é mecânico na oficina de seu irmão. Porém, Vera mantém uma atividade paralela que esconde do resto da família: sem aceitar pagamento, ajuda jovens mulheres e abortarem. Quando uma dessas garotas precisa seguir para o hospital, a polícia começa uma investigação que faz a vida de Vera mudar completamente. Na cena acima, nenhum dos atores sabia que a polícia chegaria e prenderia Vera. A reação dos atores é genuína.
ok, boa pesquisa.
ResponderExcluirnão entendi em nome do pai e dançando no escuro. vamos conversar a respeito, por favor.